a insustentável leveza de quê?

deixar cair uma maçã com toda a força,

não estamos aqui pela gravidade, mas porque

amamos o chão – a terra

se possível, metemo-la toda na boca,

perdi um bloco de notas que me compraste no museu do galileu, nele tinha notas sobre a aflição e o atrito – a ligação entre poesia e ciência, a vontade de estar dentro de ti. a maçã contínua cai – sem que newton ou um poeta suicida – esqueci-me do número do andar – tenham ainda o sabor da razão na boca, azedo e verde, sem ter asas, nem querer voar: a insustentável leveza de quê? o atrito do ar enquanto desces e perdes toda a poesia, a inocência, a vontade de cair naquilo que nunca será ciência – falo da razão está nos teus olhos, dentes e boca.
nuno brito in créme de la creme

1 comentário

fortaleza furta-cor disse...

"é preciso ser leve como o pássaro e não como a pluma..."

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