dá-lhe!


nascedouro
abrindo os olhos pra tudo que brilha, tudo que brilha
mas nem só de ouro, nem só de ouro
acende a vida e inicia o grande drama
apressado e sem ensaio
sangrando uma vez por dia e nascendo de novo
aprendendo no jogo
e ainda digo que
que nem só de ouro, nem só de ouro
é preciso pra viver
ladeira descendo e ainda dizer

quem não vai torcer
pro coração bater
dá-lhe viver!
dá-lhe viver!

e quem não vai torcer
pro coração bater
dá-lhe viver!
dá-lhe viver!
nascedouro/nacão zumbi

o mistério do planeta

o som dá umas estouradas...
paulinho boca de cantor + curumin

vida

esses dias estive com uma pessoa muito velha, mas com ótima saúde e aparência. o problema é que é uma pessoa extremamente vaidosa, com toques racistas, traços de ódio pela família que aparecem quase involuntariamente e um vasto leque de preconceitos e idiossincrasias bobas. enquanto conversava com ele, tive uma visão horrível, que me assusta até agora: pensei que ele era idêntico a uma barata que sofreu um pisão e que agoniza histericamente pela vida, girando em falso e gratuitamente. a única diferença entre ele e a barata era que essa pessoa era dotada de voz e algum tipo de pensamento. penso que, para que não nos tornemos baratas desesperadas, é preciso aprender sempre e cada vez mais a desapegar-se de si e da vida. acredito que seja a única coisa que realmente nos separa das baratas. só desapegando-se da vida, poderemos viver humanamente, sem lutarmos doidamente contra a morte.

n´água

gordon downs


segismundo


es verdad; pues reprimamos
            esta fiera condición,
            esta furia, esta ambición,
            por si alguna vez soñamos;
            y sí haremos, pues estamos
            en mundo tan singular,
            que el vivir sólo es soñar;
            y la experiencia me enseña
            que el hombre que vive, sueña
            lo que es, hasta despertar.
               sueña el rey que es rey, y vive
            con este engaño mandando,
            disponiendo y gobernando;
            y este aplauso, que recibe
            prestado, en el viento escribe,
            y en cenizas le convierte
            la muerte, ¡desdicha fuerte!
            ¿que hay quien intente reinar,
            viendo que ha de despertar
            en el sueño de la muerte!
               sueña el rico en su riqueza,
            que más cuidados le ofrece;
            sueña el pobre que padece
            su miseria y su pobreza;
            sueña el que a medrar empieza,
            sueña el que afana y pretende,
            sueña el que agravia y ofende,
            y en el mundo, en conclusión,
            todos sueñan lo que son,
            aunque ninguno lo entiende.
               yo sueño que estoy aquí
            de estas prisiones cargado,
            y soñé que en otro estado
            más lisonjero me vi.
            ¿qué es la vida?  un frenesí.
            ¿qué es la vida?  una ilusión,
            una sombra, una ficción,
            y el mayor bien es pequeño;
            que toda la vida es sueño,
            y los sueños, sueños son.

fim do segundo ato. a vida é sonho - calderón de la barca

fa bia

obá iná


abram caminho para o rei
sorriam em vez de se curvar
ele é justiça, ele é a lei
que fez pra nos levantar
pra nos por de pé, nos erguer
e lançar pra orum nosso olhar
não há justiça se há sofrer
não há justiça se há temor
e se a gente sempre se curvar

kaô kabiecilé
xangô ibá iná

abram caminho para o rei
que se anuncia em um trovão
e bravo escreve o que errei
cuspindo fogo pro chão
labareda pra me consertar
fogo pra me aquecer de perdão
não há justiça sem ceder
não há justiça sem amor
e se a gente nunca se entregar

kaô kabiecilé
xangô obá iná

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