joão desamprendeu amarrar o cadarço
silva esqueceu como fecha o zípper
souza não lembra seu nome
bernardo perdeu a hora
ramalho detesta flor
foca aprendeu a nadar ontem
bárbara disse que quer paz
araújo não sabe se comportar numa reunião de família
cosme sonha em ser traficante
camila jogou na loteria
rodrigues acumula quinquilharias
borges decidiu fazer cooper todo sexta pela manhã
ilídio sempre bebe uma dose de cachaça antes de rezar antes do almoço
alves não acredita na guerra
vinícius cansou de tudo
bela engordou 13 quilos em cinco meses
tolentino foi despedido
joana não sabe que está doente
martha pensa na vida
domingos perdeu o relógio
t.j. tinha nove anos antes daquele fato
o zé mudou, não mora mais naquela rua.


lan house

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por favor, introduzca moneda
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qualé!?

e pra quem tem cor, age

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queria caminhar descalço sem sentir os espinhos.

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deus não criou o mundo. deus criou o "junto".


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movimento

tormenta

"Esta calmaria que precede a tempestade
Este silêncio nas árvores
Esta calmaria é uma breve trégua
Vista sua camisa, calce seus sapatos
Aguardemos nossas tragédias

Antes da chuva de sangue
Antes da chuva de sapos

Tambores silenciosos, os tons surdos
Que enchem os olhos de lágrimas (sussurrando, anunciando)
Que hoje é melhor ganhar as ruas
E passear sob as luzes dos postes
Compactuar com a velhice das ruas, sua alegria e dor

Antes da chuva de sangue
Antes da chuva de sapos

Era íntimo das ruas e as chamava pelo nome
Mundo pequenino, azedume póstumo
É que hoje é melhor ficar em casa sob as cobertas
E se esse prédio morrer e a cidade ruir?
Quando esse prédio deitar e a cidade dormir vem de volta o verde

Antes da chuva de sangue
Antes da chuva de sapos

"pra mim, contudo, basta saber que embaixo do asfalto
Estão ali quietas, intactas, ocultas, as pedras
Aguardam o dia da convulsão final, o dia em que todos
Os paralelepípedos perdidos de granito reaparecerão"

Depois da chuva de sangue
Depois da chuva de sapos"


digo sempre: conheça wado

enquanto espero

o campo anda parado
hoje já não venta
o capim não sacode quando o céu esbraveja
pra reação natural a natureza não dá brecha
falseia calmaria
"este silêncio nas árvores
sussurrando, anunciando"

ao longe não vejo
perto tateio
a formiga acaricia o capim gordura
não tem medo do colesterol
é a única que se arrisca
a que ponto chegamos?
será bem vinda a visão distante da chuva
será orgástico o raio trincando nossa cabeça
a formiga, com uma lasanha de capim, assistirá a tudo

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