a lei do quão

       deve ocorrer em breve
uma brisa que leve
       um jeito de chuva
à última branca neve.

         até lá observe-se
a mais estrita disciplina.
         a sombra máxima
pode vir da luz mínima.

paulo leminski - distraidos venceremos (1983 - 1987). leia o livro aqui.

esplanada

esplanada by picumãh
esplanada, foto do flickr picumãh 
coincidências extraordinárias do dia a dia.
o sol se escondia atrás da cabeça da estátua.
um tecido azul no fundo da bolsa preta.
uma pomba bebendo a água do ar condicionado.
o globo caiu debaixo da mesa ontem.
o sinal não caiu hoje.
imagens na pasta de efeitos sonoros.
aniversário no dia do casamento.
churrasquinho sunset.
just my imagination.
limpeza do quarto.
15:59
nada de novo no país dos absurdos.




volta ao adobe audition.

i know what you are

andy denzler - 2009

c.i.m.

Primeira.
Segunda.
Terceira.
Nos reencontramos e reconhecemos aqui. Neste espaço branco como nos meus sonhos de infância. Árvores, lago, céu, pedras e animais, tudo branco. Neste meu sonho, reeditado e revivido, novamente sonho com uma igualdade inalcançável. Sons que surgem de uma canção igualmente perdida dentro de nossos corpos mudos indicam que o caminho pode ser percorrido… Com calma. Mansidão. Nossas tentativas colorem de branco esta lousa alva. O tempo passava e nós aumentávamos. Ultrapassamos duas mãos. Nossa paisagem a cada dia, incrivelmente mais clara. Para tentar entender o que não se pode querer, somente se entende, fui céu, som, tecido, água, formiga, penas, capacete, cordas… Fomos todos. Uma pitada de tudo. Tudo para aumentar o branco de nossa paisagem. Passamos pelo teste do jornal em branco, das idéias em branco e dos bolsos sem cor. Penso. Colorimos todo dia nossa paisagem. Tenho vivido a alegria de recordar meu sonho de moleque. De vivê-lo acordado. Tendo esta oportunidade, decidi hoje colorir o interior do meu sonho. De vermelho sangue. De quando cortamos nossos membros para nos livrar da dor, de quando perdemos nossos membros e ganhamos um brilho no céu, de quando rasgamos o nosso coração e damos lugar a outras meias para aquecer nossos pés, de quando trocamos nossas letras para sermos mais, maiúsculos. como aqueles que me deram a luz, que nos deram a luz e a plataforma. re-sonho. somos membros que atravessam a nata e descobrem o líquido que ela escondia. vermelho. e debaixo desta nata somos todos habitantes daquela pequena ilha, que percorre o mundo e busca, incansavelmente, a igualdade. que tanto sonho, que tanto busco.
sobre/para/processo/temporada/estréia/vida do congresso internacional do medo em mim.
2008

outside

a música é tão alegre, tão animadora e dá vontade de viver! oh, meu deus! o tempo vai passar e nós iremos com ele, para sempre. esquecerão de nós, dos nossos rostos, das nossas vozes e de quantas éramos, mas o nosso sofrimento vai se transformar em alegria daqueles que viverão depois de nós, a felicidade e a paz reinarão na terra e aqueles que vivem agora serão lembrados com boas palavras e serão abençoados. oh, minhas queridas irmãs, nossa vida ainda não terminou. vamos viver! a música é tão alegre, tão feliz, parece que mais um pouquinho e saberemos por que vivemos, por que sofremos… ah, se pudéssemos saber, se pudéssemos saber!
olga. as três irmãs de tchekhov

cabimento

copo vazio

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar
É sempre bom lembrar
guardar de cor
que o ar vazio de um rosto sombrio
está cheio de dor
é sempre bom lembrar
que um copo vazio
está cheio de ar
que o ar no copo ocupa o lugar do vinho
que o vinho busca ocupar o lugar da dor
que a dor ocupa a metade da verdade
a verdadeira natureza interior
uma metade cheia, uma metade vazia
uma metade tristeza, uma metade alegria
a magia da verdade inteira, todo poderoso amor
a magia da verdade inteira, todo poderoso amor
é sempre bom lembrar
que um copo vazio
está cheio de ar
gilberto gil

black

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