abra

"e da janela da pra ver o sol entrar
e da janela da pra ver o céu brilhar
e da janela da pra ver no que vai dar
e da janela
e da janela

quando chegar aqui uma parte do meu peito vai ter que saudar
quando chegar aqui outra parte do meu peito vai ser ansiedade

chegue mais perto, abra sua porta, bata a poeira e deixe entrar
chegue mais perto, abra sua porta, bata a poeira e deixe"

depois de muito tempo, sonic júnior voltou a visitar meus ouvidos.

segundo estado

o que faz aí parado? não sabe que não se pode perder tempo? alguns me chamam de réu da razão, mas isso pouco importa. o importante é que agora eu estou “fechado pra balanço”. decidi relaxar, respirar, sabe?! é bom pra remoçar...ultimamente me divirto contando estrelas. isso! aquelas coisinhas douradas que nos fazem sonhar! aproximadamente setenta sextrilhões. é! o número sete seguido de vinte e dois zeros. olha, seguindo o mesmo cálculo, o número de estrelas é dez vezes maior que o número de grãos de areia do planeta terra... isso levando em conta que quando a gente quer fazer graça, mente às vezes um pouco... mas voltando ao assunto do “balanço”, decidi olhar mais pra dentro de mim, sabe?! introspecção. essa é a palavra! é preciso ser paciente... a linguagem é uma fonte de mal-entendidos... "existem 'n' maneiras de se dizer a mesma coisa! por exemplo: me faz um elogio. não, não! pode deixar. isso me faria... ei! onde está sua cabeça? ora bolas! o coração de uma pessoa bate aproximadamente duzentos e cinqüenta e sete milhões e quinhentos e trinta mil vezes, e você aí, desperdiçando batimentos! preste atenção! a vida é efêmera. o saber eterno (?). saia desse universo protegido a insul-film e venha ver o que o mundo pode te oferecer! conheci uma pessoa assim como você e ela não durou muito... pereceu na primeira dúvida. e olha, bons exemplos são para serem seguidos. já dizia minha mãe... mas isso eu aprendi devagarinho, ao acaso das reflexões. é engraçado, mas eu reflito. ei! psiu! não, não se vá, preciso que me escute! ei...

trecho do ensaio para pequenos príncipes. eu, fabiano e glauco. festival de cenas curtas, bh/2003

um dia lindo de morrer

"o dia mistura as cores que voltam pro mesmo lugar
a incerteza me acompanha onde eu tenha que passar
eu sou o cativeiro do meu pensamento.Mas tiro os pés do chão pra poder sonhar...
se sou o cativeiro do meu pensamento porque tiro os pés do chão pra sonhar?
seu beijo sumiu do meu rosto
meu sangue subiu à cabeça
queria olhar pra você. mas sem ter que olhar pra trás
meu Sangue subiu à cabeça
queria olhar pra você
mas sem ter que olhar pra trás
meu sorriso não é tão largo
estou feliz.
mas às vezes choro
jogo meu corpo no espaço...
hoje faz...
hoje faz um dia lindo de morrer."
saca o china?
muito bem, meus caros!
eis o panorama. a situação está posta: o caminho está sendo despercorrido, parece que não há mais objetivos.
recuperação, esta é a palavra! esta é a busca de várias, infinitas pesquisas. já não existe o medo de perder, existe o medo de não recuperar.
"estamos na era do fim. já era"

e amanhã tudo de novo

tempo fora

"mas o trabalho do artista, mesmo em sua parte inteiramente mental, não pode reduzir-se a operações guiadas pela razão. Por um lado, a matéria, os meios, o próprio momento e uma multidão de acidentes (os quais caracterizam o real, pelo menos para o não-filósofo) introduzem na fabricação da obra uma série de condições que não só trazem o imprevisto e o indeterminado para o drama da criação, mas que, ademais, concorrem para torná-lo racionalmente inconcebível, pois elas o introduzem no domínio das coisas, onde ele se faz coisa; e, de pensável, torna-se sensível."
paul valéry
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